O efeito manada e sua influência no setor imobiliário
Alguns porquês, a Síndrome do “Efeito Manada” e a “Imobiliometria” na minha vida.
As pessoas geralmente me perguntam o por quê de eu ter decidido trabalhar com foco no setor imobiliário e eu costumo brincar e dizer que foi nele que encontrei o meu “Oceano Azul”.
Durante muitos anos, trabalhei construindo análises econômico-financeiras para os diversos segmentos econômicos, e algo que sempre me incomodou estava relacionado a uma contextualização mercadológica, um tanto superficial e simplória, que nós
consultores, geralmente estávamos condicionados a utilizar para justificar a rentabilidade do negócio para uma instituição de captação de recursos financeiros.
Meu espírito inquieto tinha uma única certeza: era preciso ir além, era preciso criar uma métrica que respondesse às minhas indagações de forma lógica e sequencial. Era preciso quebrar o paradigma que eu ouvia: “Até hoje foi feito assim e dá certo” ou “Não mexemos em time que está ganhando. Não inventa, Cristiano!”.
A necessidade de aquecimento da economia interna, especialmente nos últimos 10 anos, subsidiada pelo viés de consumo, acordou um gigante faminto: o Setor Imobiliário. Havia uma demanda reprimida que, com a democratização das políticas de crédito, ganhou voz e poder de compra. Todo mundo almejava dar entrada no tão sonhado imóvel próprio. Do outro lado, os empreendedores de plantão, não hesitaram em se lançar, com ou sem profissionalização, num mercado promissor e com garantia certa de retorno exponencial.
Só que nessa dança do mercado, o que eu mais temia, acabou acontecendo: o “Efeito Manada”, que acontecia quando alguém identificava uma região atrativa, decidia empreender e os outros seguiam o mesmo movimento, e na maioria das vezes, norteavam sua iniciativa por “achismos” ou pesquisas superficiais e pouco correlacionadas.
Enquanto havia demanda e crédito disponível, isso acabou não sendo necessariamente um problema. Porém, a longo prazo, a maior parte dos indivíduos satisfeitos e endividados não podiam seguir consumindo e a fonte secou.
Foi nesta situação que descobri o meu propósito, porque eu sabia algo simples, mas pouco explorado no mercado, informações sobre como correlacionar dados mercadológicos que traduzem a dinâmica do Setor Imobiliário numa estrutura matemática totalmente parametrizada e alinhada com o tipo de público para cada empreendimento.
Daí então me perguntei: Por que não auxiliar os players do mercado com insights e modelagem matemática? Mergulhei Brasil afora em cursos itinerantes e foi assim que surgiu o que carinhosamente batizei como “Imobiliometria”, que nada mais é do que a associação de dados que traduzem a demanda e oferta imobiliária de determinada região, estatística e matematicamente correlacionados, com o objetivo de reduzir os riscos inerentes à estruturação e ao lançamento de Empreendimentos Imobiliários, gerando valor em curto espaço de tempo.